E mais uma vez cá estamos nós, reportando uma situação que não se precisa ser vidente para antever. Desde 2019 que temos estado a acompanhar o questionável processo de reassentamento da comunidade de Isoa, Vila de Mutiticoma, distrito de Larde, província de Nampula. Mais uma vez a Kenmare nos seus sucessivos reassentamentos retirou 84 famílias das terras de Isoa onde tinham terras de cultivo, acesso ao Rio Hapelo (apesar de estar comprovadamente poluído) e foram transferidos para a vila de Naholoco em Topuito. Mais uma vez promessas vazias caracterizaram o processo, onde o único beneficiado foi a Kenmare, uma vez que os supostos benefícios para as comunidades sempre são concretizados fora dos calendários estabelecidos, isso se alguma vez se concretizarem. O único que aconteceu dentro de um prazo útil são as actividades da Kenmare, que continuam a garantir a geração de lucros para os paraísos fiscais nas Maurícias. Ano após ano, toneladas dos componentes de areias pesadas continuam a garantir a produção dos bens que alimentam o ocidente e deixam o sul global numa situação cada dia mais degradante.

A comunidade reassentada reclama das más condições de vida a que foram submetidas e clama pelo cumprimento das promessas feitas: a entrega de terras para compensar as machambas perdidas, construção de igreja e mesquitas, entre outras questões que podemos ver nas imagens abaixo.

É triste como assistimos a um governo distrital, provincial e até central fazendo ouvidos de mercador às inúmeras chamadas de atenção sobre as irregularidades do processo, fingindo-se de cego perante as falsas promessas que nunca são cumpridas e cobrindo-se de hipocrisia quando as reclamações chegam sem parar. Já bem diz o ditado, mais vale prevenir do que remediar, mas insistimos em tentar remediar o irremediável.

aqui vao os links:

https://youtube.com/shorts/
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