Maputo, Moçambique – 6 de Setembro, 2024 – A Justiça Ambiental (JA!), uma associação moçambicana que trabalha pela protecção e defesa do ambiente e das comunidades que dele dependem em Moçambique, lançou uma petição pública, em colaboração com moradores da área, instando os governos de Moçambique, Botswana e Zimbabué a suspenderem o desenvolvimento do proposto porto de águas profundas em Techobanine. O proposto porto ameaça a rica biodiversidade do Parque Nacional de Maputo e o bem-estar das comunidades locais.

O projecto do porto Techobanine, uma colaboração entre os três países, propõe a construção de um porto de exportação mineral na costa sul de Moçambique. No entanto, especialistas ambientais, moradores locais e organizações da sociedade civil, incluindo a JA!, alertam para a grave destruição ecológica, incluindo a degradação dos ecossistemas marinhos, a perturbação de habitats críticos da vida selvagem e o deslocamento de comunidades costeiras.

“Techobanine é o lar de espécies únicas e ameaçadas de extinção, incluindo baleias jubarte, golfinhos e tartarugas marinhas. Seus recifes de corais imaculados e lagos de água doce interconectados são insubstituíveis, e o desenvolvimento portuário proposto teria efeitos catastróficos sobre esses ecossistemas”, disse *Anabela Lemos* , Diretora da Justiça Ambiental.

As principais preocupações do projeto do porto Techobanine incluem:

– Destruição da Biodiversidade: O local proposto situa-se dentro do Parque Nacional de Maputo, um habitat crítico para a vida selvagem marinha e terrestre.

– Perda de meios de subsistência: O turismo, que sustenta 90% do emprego local, seria gravemente afetado, colocando em risco milhares de empregos nas comunidades costeiras.

– Poluição Marinha e Perturbação de Habitat: O processo de dragagem e o fluxo de navios e camiões que transportam carvão e minerais irão introduzir poluição, ruído e perda de habitat, colocando em perigo a vida marinha e afectando os ecossistemas costeiros.

A petição, agora aberta para assinaturas, apela ao governo de Moçambique para:

– Suspender os planos de desenvolvimento do porto de Techobanine.

– Considerar locais alternativos que não ameacem as áreas protegidas, como o Parque Nacional de Maputo.

Além das comunidades locais, a JA! procura apoio internacional para a petição, convidando organizações ambientais globais e indivíduos a juntarem-se à causa. A petição já ganhou força nas plataformas de mídia social e entre os defensores do meio ambiente em todo o mundo.

“Pedimos ao Parlamento de Moçambique e à comunidade internacional que considerem os danos ambientais a longo prazo que este projecto pode causar. Existem alternativas sustentáveis ​​que dão prioridade tanto ao crescimento económico como à protecção ambiental”, acrescentou Lemos.

Como apoiar a petição:

Assine a petição (em inglês): https://bit.ly/46oiAJ4

Assine a petição (português): https://bit.ly/3Ss2Wq5

Para mais informações, entre em contato com:

Justiça Ambiental (JA!)

E-mail: jamoz2010@gmail.com

Site: https://justica-ambiental.org

A Justiça Ambiental (JA!) é uma organização sem fins lucrativos dedicada à justiça ambiental em Moçambique. A sua missão é promover o desenvolvimento sustentável, proteger os ecossistemas naturais de Moçambique e defender os direitos das comunidades locais afectadas pela degradação ambiental. Através de defesa, educação e ativismo, JA! visa capacitar as comunidades e influenciar políticas que apoiam a conservação ambiental e a justiça climática.

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